Antigo palácio espanhol ganha nova vida como hotel de luxo em Madrid

No coração do bairro literário mais charmoso de Madrid, um palácio do século XIX renasce com nova vocação. Combinando imponência histórica e sofisticação contemporânea, o edifício que já abrigou aristocratas e eremitas agora recebe viajantes do mundo todo sob o nome CoolRooms Palacio de Atocha, um hotel-boutique que resgata o passado com olhos voltados para o futuro da hospitalidade.

Construído em 1852, o antigo imóvel passou por uma restauração meticulosa que respeitou cada detalhe da sua arquitetura neoclássica original — incluindo uma escadaria central tombada e colunas de ferro fundido — ao mesmo tempo em que incorporou elementos modernos de design e conforto. Hoje, abriga 34 suítes de proporções generosas, algumas com até 134 m², um luxo raro mesmo entre os melhores hotéis da capital espanhola.

A transformação do prédio foi conduzida por uma equipe multidisciplinar que inclui o estúdio de arquitetura Antana, o escritório de design de interiores Proyecto Singular e a lighting designer María Covarrubias, conhecida por seus projetos sob medida em propriedades históricas e museus renomados. A proposta: criar um espaço que fosse mais que uma hospedagem — uma experiência sensorial, estética e cultural.

“Queríamos que o hóspede se sentisse como parte de uma história contínua, não apenas como observador”, explicou Miguel Ardid, CEO da CoolRooms, ao jornal O Globo. Formado em hotelaria na Suíça e nos Estados Unidos, Ardid está à frente de um projeto que transforma prédios icônicos em destinos exclusivos. “Preservar a alma do edifício foi nosso ponto de partida.”

Localizado na Calle Atocha, a poucos passos do Museu do Prado, do Parque do Retiro e da Plaza Mayor, o hotel se beneficia de uma localização estratégica. Mas é no interior que a magia acontece. Logo na entrada, uma imponente porta de madeira entalhada dá as boas-vindas sob a proteção simbólica do deus Hermes, evocando a aura mitológica e nobre do passado do prédio, que já pertenceu ao funcionário público Nemesio Sancha, cavaleiro da Ordem de Carlos III.

CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação
CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação

O projeto manteve vivas as características aristocráticas do palácio — como molduras douradas no estilo Luís XVI, lareiras de mármore Carrara e papéis de parede pintados à mão possivelmente vindos da Real Fábrica de Madrid — mas não deixou de inovar. A iluminação ganha destaque com composições cenográficas que parecem saídas de um set de cinema: luzes verticais na escadaria principal, holofotes suspensos nos salões históricos e tons verde-azulados integrados ao paisagismo do pátio interno.

CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação
CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação

Esse pátio, aliás, é um capítulo à parte. Com piscina rodeada por vegetação exuberante, transforma-se em um jardim de inverno nos meses frios graças a uma estrutura de vidro, oferecendo um refúgio sereno e funcional o ano todo. É também onde é servido o café da manhã, que começa com uma citação do poeta Antonio Machado — uma pista sutil da proposta cultural que permeia toda a experiência.

CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação
CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação
CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação
CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação

As suítes, divididas em estilos distintos, agradam a diferentes perfis de hóspedes. No primeiro andar, um visual industrial inspirado em lofts, com microcimento e ferro aparente. No segundo, linhas clássicas em preto e branco. Duas acomodações especiais homenageiam as artes: uma recria o estúdio de um fotógrafo, com câmeras vintage e biblioteca temática; outra é pensada como um ateliê de pintura, onde o hóspede encontra tintas e pincéis à disposição.

CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação
CoolRooms Palacio de Atocha | Foto: Divulgação

Além da arquitetura, da localização e do serviço de alto padrão, o CoolRooms Palacio de Atocha aposta na ideia de que o verdadeiro luxo está no espaço — físico e simbólico. Em uma época em que os quartos de hotel parecem encolher, aqui eles crescem: em altura, em volume e em personalidade. “Queríamos que cada quarto fosse como um segundo lar, mas com algo a mais: memória e identidade”, diz um dos designers.

Localizado no bairro de Las Letras — berço de autores como Cervantes, Lope de Vega e Valle-Inclán — o hotel está cercado por livrarias, restaurantes inovadores e centros culturais. À sua volta, bairros como Lavapiés, Chueca, Malasaña e Huertas completam a oferta com gastronomia, arte urbana e diversidade.

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