Madre Jornada: hotel de uma vida

Por Marcella Torres

Hoje vou falar de um hotel diferente, aliás, um hotel muito especial e singular.

Imagino que já foram muitas viagens no imaginário de muita gente durante esses dois meses e bolinha, e nada mais humano falar do hotel Marcella, Maria, Joana ou Francisca.

Uma vez me perguntaram se sou Marcella ou estou sendo Marcella e independente da resposta ou crença de cada um, a verdade é que nosso corpo é nosso templo, o nosso Hotel.

Não quero tachar esse texto como religioso ou fora do comum, mas tratar nosso corpo com todo o cuidado e consideração como quando procuramos um hotel, junto a tudo o que esperamos quando o reservamos, é valido e reflexivo.

A verdade é que nome e “cnpj” pouco se diferem de quando somos sócios em uma empresa tão relevante.

Estadias e refeições fazem toda a diferença para ambos. A maneira como tratamos ou queremos ser tratados, como o tempo pode ser inimigo ou aliado ou como alimentamos sentimentos e experiencias, são fatores primordiais em qualquer estadia mundana.

E não para por aí, acredito que exista uma reflexão na cabeça de toda mulher ou homem, a partir do momento que se tem um filho, de que além do próprio hotel, cria-se uma necessidade de serem “gerentes ou concierges” do hotel destes pequenos.

Num pequeno retrospecto, com ou sem covid-19, a realidade é que toda essa ponderação de reais vivencias foram aos poucos dispersas num “shrinkingprocess” (encolheram-se). Prazeres, crescimento, humildade e comprometimento se tornaram algo completamente esquecido. A realidade virtual se tornou o novo real, mesmo sendo ela o maior equivoco, como quando reservamos um hotel, chegamos no local e temos uma grande decepção. Quem nunca?

Quem nunca se enfureceu com o quarto que não era o mesmo da foto? Quem nunca achou um absurdo a maneira com o desdém no qual foi tratado? Quem nunca ficou revoltado com as descrições enganosas?

E nós? O quanto nos enganamos a procura de algo ou a procura da aceitação?  Ou não medimos as palavras com parceiros, filhos, pais ou amigos? O quanto produzimos nosso exterior e escondemos o interior? Como ainda é possível excluir pessoas por cor, religião ou naturalidade?

Julgar os outros é muito forte no ser humano e o autojulgamento é algo tenebroso.

Que tal darmos estrelas para nós mesmos? De como nos aceitamos, o tempo que disponibilizamos para nossos filhos, como nos tratamos! Porque se não nos tratamos bem, como esperaremos algo bom ou de valor? Como escolheremos a nossa verdade se a nossa verdade é uma farsa?

Nesse tempo que passou só consigo disponibilizar O MEU HOTEL enfeitado de verdades, cuidados, amor e perspectivas. Pensando aqui, já me vem o Las Ventanas, no México (próximo post, pessoal!). E do Santi?? Ah, do Santiago penso no &Beyond; porque se depender da minha curadoria será sempre muito humano, humilde e o mais aventureiro possível!

Beijos,

Tchella.

Marcella Torres | Foto: Madre Jornada/Arquivo pessoal
Marcella Torres | Foto: Madre Jornada/Arquivo pessoal
Marcella Torres | Foto: Madre Jornada/Arquivo pessoal
Marcella Torres | Foto: Madre Jornada/Arquivo pessoal
Marcella Torres | Foto: Madre Jornada/Arquivo pessoal
Marcella Torres | Foto: Madre Jornada/Arquivo pessoal
Marcella Torres | Foto: Madre Jornada/Arquivo pessoal
Marcella Torres | Foto: Madre Jornada/Arquivo pessoal

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