Apreciar belas obras de arte é uma das experiências oferecidas pelo Hotel Toriba, em Campos de Jordão (SP). O artista Fulvio Pennacchi é um dos ícones homenageados pelo hotel. A coleção de murais preservados e restaurados é uma das maiores e mais importantes obras em exposição permanente do artista.

Da entrada do hotel e permeando todos os ambientes como o bar, a lareira, e a sala de café, obras raras marcam o encontro com os hóspedes. No restaurante, que leva seu nome, uma das obras mais conhecidas é exposta aos presentes. As paredes são recobertas por afrescos, onze ao todo, somando mais de 60 metros lineares de pintura.

O hotel arrematou, no mais recente leilão do artista, um Autorretrato de Pennacchi que será exposto na sede do Toriba. Feito em 1928, quando ele ainda estava na Itália, é um óleo sobre cartão medindo 32 x 25,5cm. A obra já esteve na Galeria Vernissage em São Paulo, em 1976, em homenagem ao crítico de arte Paulo Mendes de Almeida. Também na Exposição simultânea a grande retrospectiva do artista “Uma Poética da Saudade” na Pinacoteca do Estado de São Paulo, nas celebrações do aniversário de 100 anos do autor.

O artista e sua inspiração

Fulvio Pennacchi, desenhista, pintor, muralista e ceramista de origem italiana, veio para o Brasil em 1929, integrante do chamado Grupo Santa Helena — junto com Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini entre outros, na maioria imigrantes ou descendentes diretos. Chegou ao Brasil com o diploma do Reggio Istituto di Belle Arti com Licença do Curso Superior de Belas Artes na Seção de Decoração Mural, e combinava elementos clássicos da formação italiana com a atmosfera brasileira que tão bem compreendia.

Pennacchi mergulhou no cancioneiro popular em busca de inspiração e dele extraiu temas singelos relacionados à vida campestre, numa narrativa visual de três famosas canções cujos versos foram reproduzidos no rodapé de algumas das cenas.

Nos afrescos do bar do Hotel Toriba, estampou uma vindima e, para o restaurante, criou uma festa rural focada no churrasco gaúcho, relacionando, assim, os temas aos espaços. Já no salão da lareira, apropriou-se do folclore e explorou as Entradas e Bandeiras, na sala do chá e café.

A obra contém símbolos inequívocos da cultura nacional: a viola, o violeiro, o cachorro companheiro do caipira, as galinhas no terreiro, a bandeirola de um santo junino, a espiga de milho, a primeira colheita, o fruto da terra, a oferenda.

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