O prefixo “co”, presente remete aos sentidos de companhia e compartilhamento, como acontece na palavra “cooperação”. É possível analisar uma maior linha de utilidade para o tal prefixo nos últimos anos graças à uma tendência de “unir forças” que se espalhou por meio do mercado capitalista, como o “coliving” (com moradias coletivas) e o “coworking”. Esta última nomenclatura denomina um movimento de trabalho cooperativo, ou seja, um modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo diversos profissionais, de diferentes ramos e atividades, dividindo os custos de manutenção do local de trabalho. Tudo isso proporciona um melhor rendimento e cria oportunidades de conexão e troca de experiências, conhecimentos e práticas.

O home office, que já estava em crescimento, se tornou o grande protagonista durante a pandemia. Entretanto, não são todas as pessoas que podem contar com um ambiente de trabalho favorável, com infraestrutura adequada. E é desta forma que surge a oportunidade de um espaço coworking, no caso, o setor hoteleiro não deixou a brecha escapar. Um exemplo é o EZ Aclimação Hotel, no bairro do mesmo nome em São Paulo, que se tornou o primeiro hotel paulistano com um espaço coworking.

Segundo Marisa Oliveira, gerente-geral do hotel, é observando com atenção as necessidades dos clientes que surgem as ideias para criar um diferencial para o negócio. “No nosso caso, observamos que a maioria dos nossos hóspedes que visita São Paulo a trabalho muitas vezes necessita de um espaço para ligar um notebook e realizar alguma atividade de trabalho e acaba fazendo isso nas mesas do restaurante ou dos apartamentos, que não são as mais adequadas para isso.”

Outro ponto é que frequentemente os hóspedes têm a necessidade de marcar uma reunião de trabalho com suas próprias equipes, clientes ou fornecedores, ou mesmo fazer uma apresentação ou dar uma aula ou palestra online. E, por falta de uma estrutura mais adequada para isso, precisam se deslocar para outros lugares, o que, em uma cidade como São Paulo, dependendo do horário, pode levar muito tempo. Para quem tem uma agenda cheia, precisa produzir e gerar resultados, tempo é, literalmente, dinheiro. Basicamente, existe o público de hotelaria, que é estimulado a usar o coworking quando necessita, e o público do coworking, que é estimulado a usar a hotelaria quando necessita.