Check Hotels Entrevista: Fafá de Belém e suas viagens (e hotéis) da vida

Maria de Fátima Palha de Figueiredo, também conhecida como a fabulosa Fafá de Belém, é um personagem marcado na cultura popular brasileira. Fafá já viajou todo o Brasil, e até alguns cantos do mundo, levando sua interpretação musical ímpar para todos aqueles que apreciam música de primeira qualidade. Uma voz potente, uma personalidade contagiante e muito conteúdo já vivido.

Check Hotels inicia hoje uma série de entrevistas semanais com personalidade com algo a dizer sobre as viagens que a vida nos leva e os hotéis que nos prendem. A primeira convidada do editorial não poderia deixar de ser alguém tão singular quanto Fafá de Belém:

Uma viagem inesquecível, onde se hospedou e por quê?

São tantas. Eu podia dizer Tailândia, Turquia, Maldivas, Fortaleza, Lituânia, mas tem que escolher né? Vou escolher Bahia, onde fiquei em dois lugares mágicos. Eu viajei na época da segunda onda de covid para uma reunião, me hospedei em uma pousada linda chamada A Capela em Arembepe. Fiquei uma semana lá e outra na Praia do Forte, no Tivoli. Dois lugares completamente diferentes e duas situações que pareciam um sonho. Uma pousada pequena, então a convivência, mesmo com distanciamento, é muito mais próxima. Muito afeto e muito carinho, adoro viajar assim. E enquanto no Tivoli, é outro esquema por ser imenso, mas sempre com cuidado de não ter aglomeração e respeitar o espaço. Além de muita área livre graças aos bangalôs afastados. Eu estou redescobrindo o nordeste brasileiro. 

Fafá de Belém em viagem na Bahia
FAFÁ DE BELÉM NA BAHIA / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Hotel na praia ou hotel fazenda?

Praia! Praia onde tem praia na verdade. Se você viaja para a Tailândia, por exemplo, você aproveita todas as situações que o lugar oferece. 

Fafá de Belém em viagem na Bahia
FAFÁ DE BELÉM NA BAHIA / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Viagem sozinha, com os amigos, com a família ou destino romântico a dois?

Todo janeiro eu escolho um lugar pra viajar sozinha. De preferência um lugar onde ninguém me conheça e eu possa ser um turista comum. Eu me dedico pra encontrar hotéis legais e charmosos para um estadia de quase um mês na minha própria companhia. Eu já viajo com muita gente normalmente, então viajar sozinha é uma ótima pedida. Sempre reservo um guia quando é para um país que eu não domino o idioma – falo português e inglês – e o guia te trás o olhar do que não pode deixar de ser visto. Já viajar em grupo não é meu programa nunca! No meio do caminho é muita confusão para decisões. Viajo com a minha filha desde de sempre, mas eu gosto mesmo é de viajar sozinha. Uma viagem romântica curta pode ser bom, muito longa pode dar problema. 

Pousada A Capela, onde Fafá de Belém se hospedou na Bahia
A CAPELA / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Qual foi a viagem mais longa que já realizou? 

A que eu estou fazendo agora na Bahia, onde estou hospedada no Tivoli e não tenho noção de quando irei sair por causa do covid, mas está sendo muito agradável. 

Fafá de Belém em viagem na Bahia
FAFÁ DE BELÉM NA BAHIA / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

O que um hotel tem que ter, e se não tiver você não vai de forma alguma? 

Bons lençóis, bons travesseiros e muita área livre e aberta. Diagramado dessa forma para que você tenha uma opção segura de ficar só e ler um livro. 

Hotel Radisson em Belém
RADISSON BELÉM / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Na sua mala, não pode faltar?

Livros e biquíni. Mesmo que for para um lugar que não tenha praia, precisa de um biquíni. Pois sempre tem um spa ou uma piscina aquecida, então não pode faltar. E se não tiver, a gente pode mudar o rumo da viagem no meio. 

Fafá de Belém em viagem na Bahia
FAFÁ DE BELÉM NA BAHIA / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

O que te faz nunca mais voltar a um hotel?

Eu não volto em hotéis onde eu seja mal cuidada, mal tratada ou desrespeitada. Entendo que quando a gente sai de casa, a gente paga por um serviço. Independentemente de ser uma, duas ou dez estrelas, você está saindo da sua casa e pagando um serviço. Grosseria na recepção, vinda de funcionários que falam de forma bruta com o hóspede, isso é inaceitável. Não volto nem com pedido de desculpas. O princípio básico da hospedagem é tratar bem quem está na sua casa. 

Qual o maior perrengue que você já teve durante uma viagem?

Perrengue foi uma viagem que fiz à Grécia. Eu fui comer em um restaurante e resolvi voltar a pé, em Mykonos. Na saída do restaurante tinha vários idiomas, mas da porta pra fora era tudo em grego. E eu fui seguindo minha intuição. Liguei pro hotel que estava, mas eles não conseguiam me entender. Então fui seguindo minha intuição mas começou a escurecer. Eu vi uma luz e entrei chorando em uma casa cheia de pessoas. Provavelmente nunca as verei novamente, mas rezei muito por elas esse dia. Eles não entendiam português, mas com a linguagem da boa vontade eles me entenderam e pediram um táxi e eu voltei pro meu hotel. Aí… um perrengue. 

Mykonos, lugar perrengue de Fafá de Belém
MYKONOS / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Um turista em Belém do Pará, em quais bairros ele deve se hospedar e por quê?

Eu sinalizo três hotéis. O Radisson, bem central, o Grand Mercure, muito central e bem legal, e o Quinta das Pedras, um hotel mais particular e reservado que se assemelha com as pousadas de Portugal, localizado na Cidade Velha. Na época do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, se você quiser assistir a procissão, o melhor é o Princesa Louçã. É muito lindo, é o período onde a cidade explode nas suas tradições e cultura. 

Círio de Nazaré em Belém
CÍRIO DE NAZARÉ / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Belém é um lugar de braços abertos. Essa é a definição para a minha terra. O paraense recebe muito bem. No Círio de Nazaré ninguém fica sozinho. Se você estiver de passagem por Belém, a trabalho ou algo assim, e coincidir com o Círio, com certeza você não vai ficar sozinho. É a nossa festa, o nosso encontro, certamente alguém vai te levar pra casa. 

Quinta das Pedras em Belém
QUINTA DAS PEDRAS / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

Belém é uma cidade de sabores e cheiros. A nossa culinária é espetacular. A Basílica de Nazaré é monumental, o Mercado Ver-o-Peso é fabuloso, um dos melhores do mundo. Vários museus como o Museu do Mineral, que é uma antiga cadeia que foi revitalizada e possui um jardim de pedras preciosas. O Museu de Arte Sacra é outra maravilha. E pra tudo ficar do jeitinho que tem que ser, tomar um tacacá no final de tarde, seguido de um sorvete na Cairu, e encerrar o dia comendo o melhor caranguejo de Belém no Bar do Rubão com um amigo paraense que certamente você já fez ao longo do dia. 

 

Três destinos que sonha em conhecer?

Minha próxima meta é a Índia, mas tem que ir acompanhado com alguém que conheça, pois a Índia é gigantesca. Segundo minha amiga Maitê Proença, que vai sempre pra lá, você tem que ir por etapas, como se vem ao Brasil: nordeste, sul, sudeste, centro… Um querido amigo meu está montando isso pra mim e eu sei que vou amar. Outra lugar que eu quero conhecer é Israel, acredito que será muito emocionante. Dentro do Brasil, quero conhecer o Jalapão. Meu outro amigo, Paulo Vieira, disse que vai me levar. Torcendo para que tudo isso acabe logo para que possamos abraçar, viajar sem medo, voltar a conviver e seguir com os espetáculos. Um grande beijo para todos.

Taj Mahal na Índia
TAJ MAHAL / FOTO: DIVULGAÇÃO

 

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