Uma imersão na Floresta Amazônica
Você é daqueles que sonha em fazer uma imersão na Floresta Amazônica ou do time que acha que não tem nada para fazer no meio da selva?
Sempre fui do primeiro tipo e dessa vez, realizei um sonho antigo e lá fui eu, embrenhar-me na Amazônia.
Quem disse que se meter na floresta é sinônimo de perrengue? Não tenha esse medo! Existem muitas opções bacanas de luxo, sem perder a brasilidade e a originalidade do lugar.
Escolhi hospedar-me no hotel de selva Juma Amazon Lodge por vários motivos. O hotel ganhou o Prêmio ABETA Brasil Natural, na categoria sustentabilidade 2020, é todo por energia solar, 90% dos funcionários é da comunidade local e treinados sobre tudo de meio ambiente e está completamente inserido na floresta.
São três horas de viagem de Manaus, distância que possibilita a total desconexão do mundo material. Acredite: o trajeto passa voando! No caminho passamos pelo “encontro das águas” onde vemos a água dos rios Negro e Solimões que, curiosamente, não se misturam devido à temperatura da água de cada rio. O Negro nasce na região pré-andina da Colômbia com água mais quentinha do que o Rio Solimões (marrom, água barrenta) que nasce no Peru e recebe muita água de degelo das Cordilheiras dos Andes e por isso a água é fria. O Negro é o principal afluente da margem esquerda do Rio Amazonas e é o mais extenso rio de águas escuras do planeta! A partir do encontro dos dois rios, Negro e Solimões é que surge o Rio Amazonas que deságua no Oceano Atlântico.
São três trechos com transportes privativos do hotel e inclusos nas diárias.
Trecho 1 (45 minutos): barco rápido. Em 10 minutos você estará sem internet, sem sinal de celular e começará seu detox digital.
Trecho 2 (1 hora): micro ônibus.
Trecho 3 (1 hora): barco rápido.
Aqui começa nosso primeiro contato íntimo com a floresta, passando por comunidades ribeirinhas, avistando jacarés, iguanas, aves que nunca vimos antes. E botos! Mas como é difícil fotografá-los, pois, diferentemente dos golfinhos, eles não se aproximam do barco.
É muita flora, árvores de todos os tamanhos e variações, plantas medicinais, igapós e igarapés. Uma verdadeira aula presencial de biologia!
São 19 bangalôs literalmente na copa das árvores a 15 metros acima do solo. Essa construção é imprescindível porque na época das cheias (março a agosto) o rio sobe muito e atingiria as acomodações se não fosse essa distância.
São todos feitos de madeira e o teto de palha imprime um aconchego de cara!
O interior é bem espaçoso, a decoração é com artesanatos regionais e muita brasilidade. Parece que estamos numa casinha em cima da árvore, sabe?
Não há janelas de vidros, somente uma rede para proteger de insetos e a brisa entrar, já que não tem ar condicionado por conta da energia solar. Confesso que senti até um friozinho durante a noite. O ventilador realmente é suficiente para a noite amazônica! Tudo projetado para se integrar ao ecossistema.
A ideia é desconectar-se mesmo. O hotel oferece 1 hora de wifi por dia numa área reservada, mas juro que usei uns 10 minutos para dar um alô para família e só!
As refeições (sistema de buffet) e todos os passeios com guias especializados estão inclusos nas diárias. Você só precisa levar dinheiro para bebidas alcoólicas, refrigerantes e gorjetas.
A proposta do hotel é que o viajante se sinta realmente integrado com a floresta, fazendo parte dela sem agredir ou modificar o ambiente. Mas não pense que você vai ficar só vendo os macaquinhos nas árvores, não! Tem muito mais que isso!
Os passeios são pré-programados de acordo com o número de diárias do hóspede. Tem caminhada na floresta com direito a muito aprendizado e churrasco na selva, visita à árvore Sumaúma gigante e centenária, focagem noturna de jacarés, pescaria de piranha, pôr do sol numa praia de rio com direito a mergulho e fotos lindas para eternizar a emoção do momento.
Na recepção tem um mega telescópio pra contemplar o céu e as estrelas quando anoitece. Tive a sorte de ir na época de lua cheia. Imagina só que incrível!
Após o almoço sobra um tempinho para uma soneca no fresquinho do redário ou um mergulho na piscina de rio do hotel que fica num deck de madeira flutuante e tem uma rede de aço que protege para que nenhum peixe ou bicho maior entre. A água é escura e dá um pouco de nervoso no começo, mas no fundo da água passa uma corrente geladinha e você acaba se acostumando.
O que me deixou mais apaixonada ainda foram as macaquinhas Anita e Pretinha que vivem livres na floresta mas amam dar o ar da graça nas passarelas do Juma. Impossível não tentar um contato, fazer um carinho, já que são tão amáveis.
O hotel sempre teve sua maior ocupação de estrangeiros e agora, por conta da pandemia, parece que os brasileiros estão descobrindo essa vastidão de natureza que, além de linda, É NOSSA! E que sorte ter essa diversidade tão linda perto da gente!
Se você é daquele segundo time que eu descrevi lá em cima, quem sabe abriu a visão para essa viagem sinônimo de emoção, natureza e Brasil na veia! Quem sabe vai idolatrar, assim como eu, a maior floresta do mundo! Me diz aí!
Beijos amazônicos,
Ju.